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Aumenta em 60% o Número de Bares e Restaurantes com Prejuízo em Janeiro

O impacto das baixas movimentações, especialmente em áreas menos turísticas, se refletiu no aumento significativo de 60% no número de estabelecimentos do setor de bares e restaurantes reportando prejuízos em janeiro deste ano, em comparação aos dados de dezembro de 2023. Essas constatações emergem de uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que entrevistou 2.128 empresários do setor em todo o país entre os dias 19 e 26 de fevereiro.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, comentou sobre os desafios enfrentados pelo setor, destacando que janeiro se revelou um mês particularmente desafiador. Enquanto algumas regiões turísticas, como o Rio de Janeiro, Santa Catarina e o litoral do Nordeste, viram um bom fluxo, outras, como São Paulo e o Distrito Federal, enfrentaram quedas. Essa assimetria é característica do período.

Em termos de faturamento, a pesquisa revelou que 59% dos bares e restaurantes registraram um declínio em janeiro em relação ao mês anterior, sendo que nas regiões menos turísticas essa queda foi ainda mais acentuada, chegando a 10%.

Solmucci também atribuiu parte das dificuldades enfrentadas em janeiro às condições climáticas adversas, que levaram muitas pessoas a permanecerem em casa, com algumas cidades até mesmo enfrentando inundações.

Para lidar com os desafios, a Abrasel iniciou um amplo estudo em parceria com a Fundação Getulio Vargas, visando a recuperação do setor de bares e restaurantes, inclusive considerando o impacto da reforma tributária. Solmucci expressa esperança de que, dentro de seis a oito meses, um plano de recuperação abrangente possa ser apresentado, envolvendo não apenas o governo federal, mas também agências de fomento e grandes empresas privadas.

Segundo Solmucci, cerca de 43% das empresas do setor enfrentam atrasos nos pagamentos, uma situação que se mantém estável há quase dois anos e representa um sério risco de insolvência para muitas delas.

A pesquisa também abordou o período do Carnaval, indicando que 76% dos estabelecimentos permaneceram abertos durante a folia. Embora isso tenha contribuído para mitigar parte dos prejuízos, apenas 40% dos estabelecimentos relataram um aumento no faturamento em comparação com o ano anterior.

Outro desafio apontado pela pesquisa é a dificuldade em ajustar os preços dos cardápios. Cerca de 40% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto a maioria realizou reajustes conforme a inflação ou abaixo dela.

Diante desses desafios, Solmucci enfatiza a necessidade de um olhar sistêmico e um grande pacto nacional para a recuperação do setor, visando evitar uma destruição massiva de empregos.

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