Faltando poucos dias para o final do segundo turno das eleições municipais em Goiânia, o cenário eleitoral se intensifica com duas candidaturas marcadas por polêmicas e mudanças significativas de apoio político. Sandro Mabel (União Brasil) e Fred Rodrigues (PL) enfrentam questionamentos que podem impactar a escolha dos eleitores goianienses neste domingo, 27.
Sandro Mabel, ex-deputado federal e empresário, carrega em sua trajetória política um histórico controverso. Ele foi citado em delações da Operação Lava Jato, no caso envolvendo a Odebrecht, uma das maiores empreiteiras do Brasil. De acordo com as investigações, Mabel teria solicitado R$ 2 milhões em propina em troca de apoio à aprovação de emendas parlamentares. Embora o candidato negue as acusações e não tenha sido condenado, a questão permanece como um ponto sensível em sua campanha.
Por outro lado, Fred Rodrigues enfrenta críticas por um erro em sua declaração de formação acadêmica. Durante a campanha, foi revelado que ele havia registrado “superior completo” em vez de “superior incompleto” em seu currículo. O caso, apesar de menor em comparação às acusações que envolvem seu oponente, gerou um debate sobre a integridade e transparência de sua candidatura.
Mudanças de apoio e disputas internas
Um dos fatores que mais chama atenção nos últimos dias é a mudança de postura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que decidiu apoiar Sandro Mabel depois de ter elogiado Fred Rodrigues em ocasiões anteriores. Essa mudança trouxe à tona questões sobre os motivos reais por trás da escolha de Caiado e levantou suspeitas sobre possíveis negociações políticas nos bastidores da campanha.
Ao mesmo tempo, Jair Bolsonaro, ex-presidente da República e uma das figuras mais influentes da política brasileira, confirmou sua presença em Goiânia no próximo domingo, dia da votação, para apoiar Fred Rodrigues. Sua esposa, Michelle Bolsonaro, já está na cidade para participar dos eventos de campanha, sinalizando que o apoio da família Bolsonaro ao candidato do PL permanece firme.
Marketing político e a estratégia de polarização
O embate entre os dois candidatos tem sido marcado por uma intensa batalha de narrativas, com cada campanha tentando explorar as fraquezas do adversário. A polêmica envolvendo a propina da Odebrecht foi amplamente discutida, enquanto os defensores de Fred Rodrigues destacam que seu erro acadêmico foi inflado como uma estratégia de marketing político para desviar o foco de questões mais graves que envolvem seu concorrente.
No entanto, a expressão “dois pesos e duas medidas” passou a ser utilizada por eleitores que questionam o peso dado a cada uma dessas polêmicas. A questão que fica para o eleitor é se os mesmos critérios estão sendo aplicados de forma justa ou se a disputa eleitoral está sendo manipulada por estratégias de comunicação que visam destruir a reputação dos candidatos em prol de interesses políticos.
Investigação em andamento e a influência do voto consciente
Além dos questionamentos sobre as polêmicas, Sandro Mabel e Ronaldo Caiado estão sendo investigados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) por suspeitas de abuso de poder político. A denúncia foi feita após a realização de uma ação social do governo, que distribuiu cestas básicas em um evento público seis dias antes do segundo turno. A Justiça determinou que a prática pode configurar abuso da máquina pública para angariar votos, o que resultou em uma decisão liminar proibindo a realização de eventos semelhantes até o fim das eleições.
Apesar das investigações, ambos os candidatos seguem firmes em suas campanhas, com o apoio de suas bases políticas. A decisão final, no entanto, caberá aos eleitores de Goiânia, que enfrentarão as urnas no domingo, 27, com a responsabilidade de escolher o próximo prefeito da capital.
O segundo turno promete ser decisivo para o futuro de Goiânia, e cabe aos eleitores a tarefa de separar as estratégias de marketing dos fatos concretos, buscando tomar uma decisão informada e consciente sobre o futuro da cidade.
