Por Gil Campos: Goiânia, 20 de dezembro de 2024 – Em meio a pressões políticas e pareceres técnicos favoráveis, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), sancionou a controversa taxa do lixo, articulada pelo futuro prefeito Sandro Mabel (UB). A medida, aprovada pela Câmara Municipal, enfrenta rejeição histórica de 85% da população, conforme levantamento realizado pelo JA7.
Decisão respaldada por parecer jurídico
O parecer da Procuradoria Geral do Município (PGM), assinado pelo procurador-chefe de Assessoramento Jurídico, Rafael de Oliveira Caixeta, concluiu que não havia “óbice jurídico” à sanção da taxa. O documento foi despachado na quinta-feira (19) e rapidamente acatado pela Casa Civil, garantindo que a cobrança possa ser implementada em abril de 2025, respeitando o princípio da anualidade tributária.
Rogério Cruz afirmou que seguiu as recomendações técnicas ao sancionar a medida: “Se a Procuradoria disser que está OK, eu assino. Caso contrário, reanalisaria junto aos vereadores e Sandro Mabel.”
Articulação política e papel de Sandro Mabel
Sandro Mabel, que assume a prefeitura em 2025, foi o principal articulador da aprovação da taxa. Durante o período de transição, ele solicitou o desarquivamento do projeto na Câmara e apresentou modificações no texto. A estratégia garantiu que o peso da decisão recaísse sobre Rogério Cruz, enquanto Mabel e seus aliados mantiveram-se fora do foco principal das críticas.
Rejeição popular amplifica descontentamento
Para a população de Goiânia, já sobrecarregada por impostos elevados e serviços insuficientes, a nova taxa representa uma sobrecarga financeira. A rejeição de 85% dos goianienses reflete o descontentamento com a administração pública e a percepção de má gestão e desconexão com as necessidades da cidade.
Análise crítica
A decisão de Rogério Cruz destaca o desafio de equilibrar pressões políticas e as demandas da população. A sanção, embora juridicamente respaldada, expõe o prefeito a um forte desgaste político, especialmente em um momento de transição.
A rejeição popular à taxa do lixo poderia ter sido um indicativo para uma postura mais alinhada aos interesses da sociedade. Ao sancionar a medida, Cruz reforça a percepção de isolamento político, enquanto Sandro Mabel consolida sua posição de articulador nos bastidores, mas sem sofrer o mesmo desgaste.
Para muitos, a taxa do lixo se torna o símbolo de uma administração pública desconectada, e a expectativa agora recai sobre os próximos desdobramentos dessa decisão controversa.
Nota da Redação: O JA7 mantém o espaço aberto para que Rogério Cruz, Sandro Mabel e demais envolvidos apresentem suas explicações e esclarecimentos sobre a sanção da taxa do lixo.