Em todo o território nacional, o setor de bares e restaurantes enfrentou dificuldades no mês de agosto, com um aumento de 5% no número de estabelecimentos que encerraram o período no prejuízo, conforme revelou uma pesquisa conduzida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e divulgada à imprensa nesta quinta-feira, 12 de outubro. Os dados indicam que um expressivo contingente de 24% das empresas operou no vermelho durante o mesmo mês, enquanto 34% conseguiram manter o equilíbrio financeiro, e 41% dos estabelecimentos pesquisados reportaram lucro.
A principal razão atribuída ao desempenho desfavorável nas finanças dos bares e restaurantes foi a diminuição das vendas no período, apontada por 82% dos entrevistados como fator preponderante. Outros motivos elencados pelos empresários que enfrentaram prejuízo incluíram a redução no número de clientes (67%), dívidas acumuladas (43%) e o aumento dos custos com insumos (36%). A pesquisa envolveu a participação de 1.979 proprietários de bares e restaurantes de todas as regiões do Brasil, entrevistados entre os dias 28 de setembro e 6 de outubro.
O estudo também destaca que as empresas mais recentes no mercado são as mais suscetíveis a operar no prejuízo. Das empresas com entre um e três anos de existência, 33% relataram prejuízo, enquanto esse percentual cai para 18% entre as empresas com mais de 10 anos de atuação. Além disso, o tamanho da empresa também desempenha um papel crucial nessa equação: 33% dos bares e restaurantes com um faturamento de até R$ 1 milhão encerraram o mês de agosto com prejuízo, enquanto apenas 8% daqueles com um faturamento acima de R$ 4,8 milhões enfrentaram a mesma situação.
Um exemplo real desse cenário é o caso de Carlos Eduardo Vellozo, de 41 anos, empresário do setor com oito anos de experiência, que viu seu empreendimento operar no vermelho nos últimos três meses. Inicialmente, ele começou com um serviço de entrega (delivery), evoluindo para um restaurante com mesas localizado na Asa Norte, em Brasília, mas posteriormente optou por retornar ao modelo de entrega exclusivamente devido a prejuízos acumulados.
