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Copom deverá anunciar redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic

Na próxima quarta-feira, dia 1º de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tomará uma decisão crucial para a economia do Brasil. Nessa que é a sétima reunião de 2023, a expectativa é que o órgão anuncie um corte na taxa básica de juros, a Selic, reduzindo-a dos atuais 12,75% ao ano para 12,25% ao ano. Essa previsão é baseada no Boletim Focus, uma pesquisa semanal conduzida pelo BC com analistas de mercado.

Caso essa redução se concretize, será o terceiro corte na taxa desde o mês de agosto, quando o Banco Central interrompeu o ciclo de aperto monetário. No primeiro semestre, a economia testemunhou uma série de cortes, mas a inflação voltou a subir na segunda metade do ano. No entanto, essa alta era amplamente antecipada por economistas.

Os membros do Copom já haviam sinalizado a intenção de efetuar cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. A ata do encontro anterior, ocorrido em setembro, reafirmou a avaliação de que esse ritmo é apropriado para manter uma política monetária contracionista, ou seja, juros que desencorajam o crescimento econômico, a fim de controlar a inflação.

A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano de 2023 em 11,75% ao ano.

Inflação A meta de inflação para o ano de 2023 é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa que a faixa aceitável vai de 1,75% a 4,75%. Conforme o Banco Central, em seu último Relatório de Inflação, existe uma probabilidade de 67% de que o índice oficial de inflação ultrapasse o limite superior da meta em 2023.

Em setembro, o aumento nos preços da gasolina exerceu pressão sobre a inflação, levando o IPCA a atingir 0,26%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual representou uma alta em relação à taxa de agosto, que havia registrado um aumento de 0,23%.

A inflação acumulada no ano atingiu 3,50%, e nos últimos 12 meses, o índice se encontra em 5,19%, ultrapassando os 4,61% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Na última ata do Copom, a necessidade de manter uma política monetária contracionista foi enfatizada para assegurar a convergência da inflação à meta estipulada para 2024 e 2025, bem como a ancoragem das expectativas. Incertezas nos mercados financeiros e expectativas de inflação acima da meta são fatores de preocupação para o Banco Central, que influenciam a decisão sobre a taxa básica de juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa permaneceu inalterada em 13,75% ao ano por sete períodos consecutivos, marcando um ciclo de aperto monetário que durou um ano. Antes desse período de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo na série histórica que remonta a 1986. Essa redução foi implementada pelo Banco Central em resposta à contração econômica decorrente da pandemia de covid-19, com o intuito de estimular a produção e o consumo, mantendo a taxa no nível mais baixo da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Taxa Selic A taxa básica de juros é um elemento central nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para outras taxas na economia. Ela constitui o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Através de operações de mercado aberto, que envolvem a compra e venda de títulos públicos federais, o BC age diariamente para manter a taxa de juros próxima do valor determinado em suas reuniões.

A elevação da taxa básica de juros pelo Copom tem o objetivo de conter a demanda aquecida, o que impacta os preços, uma vez que juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, para definir as taxas cobradas dos consumidores, os bancos também consideram outros fatores, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais altas podem, de fato, dificultar o crescimento econômico.

Uma redução na Selic tende a tornar o crédito mais acessível, estimulando a produção e o consumo, ao mesmo tempo em que enfraquece o controle sobre a inflação, impulsionando a atividade econômica.

O Copom realiza suas reuniões a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são apresentadas análises técnicas sobre a economia brasileira, a economia global e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, compostos pela diretoria do Banco Central, revisam as informações e determinam a taxa Selic.

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