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Mercado financeiro revisa projeção da inflação para 4,63% em 2023

Nesta segunda-feira (30), o mercado financeiro ajustou sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do país, reduzindo-a de 4,65% para 4,63% este ano, de acordo com os dados do Boletim Focus. Este boletim, divulgado semanalmente em Brasília pelo Banco Central (BC), reflete as expectativas das instituições financeiras em relação aos principais indicadores econômicos.

Para o ano de 2024, a projeção da inflação se estabilizou em 3,9%, enquanto para 2025 e 2026, as estimativas permanecem em 3,5% para ambos os anos.

É importante notar que a estimativa para este ano encontra-se acima do centro da meta de inflação que o Banco Central busca atingir. A meta, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25% para o ano de 2023, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, tanto para cima quanto para baixo, resultando em um limite inferior de 1,75% e um superior de 4,75%.

De acordo com o BC, o último Relatório de Inflação revela que a probabilidade de o índice oficial de inflação superar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação em 2024 também está acima do centro da meta estabelecida, que é de 3%, mas ainda se mantém dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O aumento nos preços dos combustíveis, em setembro, exerceu pressão sobre a taxa de inflação. O IPCA registrou um aumento de 0,26%, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superando a taxa de agosto, que apresentou uma alta de 0,23%.

No acumulado do ano, a inflação alcançou 3,50%, e nos últimos 12 meses, o índice se encontra em 5,19%, ultrapassando os 4,61% registrados nos 12 meses anteriores.

A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para atingir a meta de inflação. Atualmente, ela está definida em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O comportamento dos preços já levou o BC a reduzir a taxa de juros pela segunda vez neste semestre, em um ciclo que deve continuar com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Apesar das quedas sucessivas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, um movimento previsto por economistas.

No entanto, na última reunião, o Copom enfatizou a importância de manter uma política monetária contracionista para assegurar que a inflação converge para a meta em 2024 e 2025, bem como para ancorar as expectativas.

As incertezas nos mercados e a expectativa de inflação acima da meta são fontes de preocupação para o Banco Central e influenciam a decisão sobre a taxa básica de juros.

Durante o período de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 reuniões consecutivas, como parte de um ciclo de aperto monetário, que começou devido ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete reuniões consecutivas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o ponto mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução ocorreu devido à contração econômica resultante da pandemia de COVID-19, com o Banco Central diminuindo a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no nível mais baixo da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que afeta os preços, uma vez que juros mais altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. No entanto, além da Selic, os bancos também levam em consideração outros fatores ao definir as taxas de juros para os consumidores, incluindo risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito se torne mais acessível, incentivando a produção e o consumo, mas também reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Além disso, as instituições financeiras projetam um crescimento de 2,89% na economia brasileira para este ano. Para 2024, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro prevê uma expansão do PIB de 1,9% e 2%, respectivamente.

No que diz respeito à cotação do dólar, a previsão é de que a moeda americana atinja R$ 5 até o final deste ano, com uma projeção de R$ 5,05 para o fim de 2024.

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