No terceiro trimestre de 2023, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um impressionante aumento nos desembolsos, atingindo a marca de R$ 34,8 bilhões, representando um crescimento notável de 18,4% em comparação com o mesmo período de 2022. Esse crescimento foi uma tendência durante o ano, com aumentos em todas as fases operacionais do banco em relação a 2022.
As consultas alcançaram R$ 199,2 bilhões, um aumento significativo de 94%, enquanto as contratações atingiram R$ 94,2 bilhões, um aumento de 43%. Os desembolsos totais atingiram R$ 75,4 bilhões, registrando um crescimento de 20% no período de janeiro a setembro.
Esse incremento não se restringiu a um setor específico, abrangendo diversos setores econômicos, incluindo agropecuária, infraestrutura, indústria, comércio e serviços. O destaque foi para os desembolsos às exportações, que alcançaram R$ 7,2 bilhões, representando um aumento impressionante de 243% em relação a 2022. Além disso, as cooperativas assumiram um papel proeminente, respondendo por 28% dos desembolsos indiretos do Banco, um recorde histórico.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, enfatizou a importância do aumento nas consultas como um indicador crucial para investimentos futuros, destacando-o como um sinal de confiança nos fundamentos da economia brasileira.
Mercadante ressaltou ainda o apoio cada vez maior às micro, pequenas e médias empresas, com mais de R$ 65 bilhões viabilizados em financiamentos até outubro, seja por meio de créditos aos clientes através dos agentes financeiros repassadores do BNDES, ou por meio de financiamentos apoiados pelos fundos garantidores, FGI e FGI-PEAC.
O relatório do banco revela um lucro líquido no terceiro trimestre de 2023 de R$ 2,9 bilhões, um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido recorrente alcançou R$ 6,6 bilhões. Este trimestre contribuiu para um lucro líquido total de R$ 4,9 bilhões, totalizando R$ 14,4 bilhões nos primeiros nove meses de 2023.
Esse lucro de R$ 14,4 bilhões foi impactado por receitas provenientes de R$ 7 bilhões de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP), da Petrobras, além da reversão de provisões de crédito.
Os ativos totais do Sistema BNDES atingiram R$ 719,3 bilhões em 30 de setembro de 2023, um aumento significativo de R$ 35,5 bilhões (5,2%) em relação a dezembro de 2022. Esse crescimento destacou-se pelo aumento de R$ 15,7 bilhões na carteira de crédito expandida e R$ 8,9 bilhões na carteira de participações societárias.
A inadimplência, medida em mais de 90 dias, permaneceu em 0,01% em 30 de setembro de 2023, um percentual estável em relação a junho, e substancialmente menor que os 0,13% registrados em 31 de dezembro de 2022. Esse índice inferior à média do Sistema Financeiro Nacional (3,49% no geral e 1,33% para grandes empresas) demonstra a resiliência do BNDES diante das condições adversas do mercado de crédito em sua carteira própria e indireta.
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) representou 57% das fontes de recurso do BNDES, enquanto o Tesouro Nacional contribuiu com 6,6%. O saldo atual do FAT alcançou R$ 391,5 bilhões, enquanto o valor remanescente devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional chegou a R$ 45,1 bilhões em 30 de setembro de 2023, indicando uma redução de 0,9%. Os pagamentos ordinários de R$ 1,2 bilhão foram atenuados por apropriação de juros e correção monetária de R$ 0,7 bilhão, sem antecipações de recursos em 2023.