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Bio-Manguinhos da Fiocruz: Laboratório de prontidão global para vacinas

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, conhecido como Bio-Manguinhos, está se preparando para assumir um papel fundamental como laboratório de prontidão na produção de vacinas em situações de emergência sanitária. Essa transformação se deve à sua associação a uma rede global formada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Sob esse novo acordo, o laboratório brasileiro será acionado para fornecer vacinas a outros países, especialmente na América Latina, em caso de epidemias ou pandemias. Os termos de cooperação estão prestes a ser assinados, conforme anunciou o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma.

O ano de 2023 marcou um período significativo para o instituto, pois recebeu uma crescente demanda, não apenas a nível nacional, mas também internacional. Isso se deve à visibilidade crescente do instituto, que agora se encontra em posição de oferecer apoio internacional e ajudar a preencher a lacuna global na oferta de vacinas, como explicou Zuma.

Bio-Manguinhos já é o principal produtor de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e tem colaborado com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para fornecer imunizantes a mais de 70 países.

Zuma enfatizou que a prioridade continua sendo a produção de vacinas para atender às necessidades internas do Brasil. No entanto, o instituto está comprometido em liberar doses para o exterior quando necessário, e os parceiros internacionais desejam contar com essa cooperação.

Além disso, Bio-Manguinhos está avançando no desenvolvimento de vacinas utilizando a plataforma de RNA mensageiro, a mesma tecnologia usada na vacina da Pfizer. Essa plataforma permite a produção de uma cópia sintética de parte do código genético do agente infeccioso, ativando assim o sistema imunológico. Os testes em animais tiveram resultados promissores, o que levou o instituto a ver essa tecnologia como uma alavanca para futuros projetos.

O Instituto também está trabalhando no desenvolvimento de duas outras vacinas em estágio de prova de conceito: uma contra o zika vírus e outra como opção contra a febre amarela, feita com vírus inativado, o que poderia solucionar limitações da vacina atual.

Para atender à crescente demanda por novos imunizantes e à possível demanda internacional, Bio-Manguinhos está passando por adaptações e uma ampliação significativa. Em 2028, a Fiocruz planeja inaugurar o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, com um aporte significativo de R$ 2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quando estiver em funcionamento, essa nova unidade permitirá que Bio-Manguinhos dobre sua capacidade de produção para até 1 bilhão de doses de vacinas por ano, caso seja necessário.

Antes disso, as instalações do instituto estão sendo adaptadas para otimizar a produção atual, permitindo a produção de vacinas que antes não eram possíveis. Além disso, Bio-Manguinhos está em processo de certificação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para exportar a vacina dupla viral contra sarampo e rubéola.

Em situações de emergência, uma nova linha de envase inaugurada recentemente pode produzir até 1 milhão de doses de vacina por dia.

Por fim, o diretor do instituto revelou que estão sendo finalizados acordos para a produção de terapias avançadas, que têm o potencial de reduzir significativamente os custos desses tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e torná-los mais acessíveis à população. Essas terapias são desenvolvidas a partir de células e tecidos humanos processados e modificados geneticamente para tratar doenças graves ou resistentes a tratamentos convencionais.

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