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Dr Matheus Bannach – Como descobrir se tenho um aneurisma cerebral?

Antes de mais nada saiba que não é necessário fazer exames só para matar um medo de ter, não existe indicação para isso. Caso você tenha um familiar de primeiro grau que teve (pais, filhos ou irmãos) é indicado exame de rastreio.

Dentro dos exames que podem ser realizados para descobrir aneurisma, a Angiotomografia e a Angio-ressonância são os principais exames de rastreio, ou seja, usados para avaliar se existe ou não aneurismas. Estes exames detectam aneurismas acima de 3 mm, que é um tamanho mínimo para ser indicado tratamento. Desta maneira, são bons exames para fazer a primeira investigação ou para acompanhar pacientes que tem aneurismas pequenos.

Caso haja indicação de tratamento, geralmente é indicada a realização de uma Arteriografia (ou angiografia). Este exame consiste num cateterismo (igual ao feito para o coração), ou seja, é introduzido um cateter pela artéria femoral (vaso sanguíneo na perna), por dentro do vaso é possível chegar até perto do aneurisma, onde é injetado contraste e feito um raio X. Este exame é capaz de mostrar com mais detalhes as características do aneurisma, sendo muito mais importante caso se tenha intenção de tratar. Quando não se tem indicação de tratamento, não vale a pena fazer um exame tão invasivo (existem riscos com a realização deste exame).

 

Como tratar um aneurisma cerebral?

Tendo sido indicado o tratamento, passa para a fase de decisão sobre qual o tipo de tratamento deve ser realizado. Atualmente existem técnicas endovasculares (por dentro do vaso, muito parecido com o exame mencionado anteriormente) e a cirurgia aberta. A cirurgia aberta é chamada de Clipagem e a técnica mais comum endovascular é chamada de Embolização.

 

Clipagem Cirúrgica

A Clipagem cirúrgica é um método mais antigo e mais tradicional, tendo sido amplamente utilizado no tratamento de aneurismas cerebrais no mundo todo. Essa técnica envolve a realização de uma cirurgia aberta (é feito um corte na cabeça, retirado o osso e feito a exposição do aneurisma cerebral por fora do vaso), onde o neurocirurgião posiciona um clipe metálico ao fechando a entrada do aneurisma, impedindo que sangue entre no aneurisma cerebral e impedindo que haja um aumento de pressão dentro do aneurisma que cause o seu rompimento.

 

Embolização

A embolização endovascular, por sua vez, é uma técnica mais moderna e menos invasiva, que é uma alternativa à cirurgia aberta. Esse procedimento envolve a entrada no vaso sanguíneo pela artéria femoral, chegando por dentro dos vasos sanguíneos até as proximidades do aneurisma cerebral. Pequenas molas de platina são introduzidas dentro do aneurisma através do cateter, preenchendo o aneurisma e reduzindo o fluxo de sangue dentro deste aneurisma. Com o tempo, o sangue fica mais parado dentro do aneurisma, fazendo com que ele coagule, também fazendo parar de entrar sangue no aneurisma e consequentemente eliminando a chance de rompimento.

 

Outras técnicas endovasculares

Atualmente existem outros dispositivos que podem ser colocados por dentro dos vasos que também fazem reduzir o fluxo de sangue dentro do aneurisma, seguindo a mesma ideia da embolização. Entre eles estão os Stents Diversores de Fluxo e os dispositivos WEB. Os Stentes Diversores de Fluxo são molas que servem para criar um novo caminho para o sangue, desviando o fluxo do aneurisma, enquanto os dispositivos WEB ocupam o interior do aneurisma fazendo um papel parecidos ao das molas utilizadas na embolização.

 

Qual a melhor técnica para tratar um aneurisma cerebral?

A escolha da técnica é individualizada, ou seja, cada paciente vai se beneficiar mais de uma ou outra técnica. Em casos específicos, pode ser que uma das técnicas não seja possível devido a características do paciente ou do aneurisma. Desta forma, o especialista vai avaliar o aneurisma cerebral e o paciente, vai expor as vantagens e desvantagens de cada técnica para este paciente e tomar uma decisão conjunta com o paciente (quem tem que escolher como quer ser tratado e mesmo se quer ser tratado é o paciente, sendo papel do especialista informar o paciente e retirar dúvidas sobre os procedimentos para ajudar na escolha da melhora opção para cada caso).

Tudo dependo do tipo do aneurisma (sua localização, tamanho, formato e outras características), da condição clinica do paciente (pacientes mais jovens tem mais condições de realizar a cirurgia aberta, pacientes mais idosos podem ter comorbidades que aumentam o risco de uma cirurgia de maior porte), da capacidade do cirurgião (atualmente a maioria dos profissionais é mais especialista em uma das técnicas, tendo como preferência pessoal a realização desta, existindo alguns profissionais que realizam as duas modalidades de tratamento), e da vontade do próprio paciente.

 

Diferenças básicas das técnicas

Os estudos não mostram superioridade de uma técnica sobre a outra, ou seja, no final as duas conseguem tratar o aneurisma da mesma maneira, tendo poucas complicações e pouco risco. A grande diferença está em qual risco o paciente vai correr (sim, TODAS têm risco, assim como não tratar é um risco).

A clipagem tem como vantagem o fato de ser mais definitiva, o que significa que, uma vez clipado, o aneurisma está tratado para sempre. Isso não significa que o paciente não vá ter mais aneurisma cerebral, apenas significa que aquele aneurisma não vai mais romper, mas o paciente pode desenvolver outros aneurismas, dependendo do próprio paciente. A grande desvantagem é que estamos falando de uma cirurgia aberta na cabeça (dá medo em qualquer um), tendo riscos importantes, como todos aqueles relacionados a ruptura do aneurisma (sequela neurológica, coma e morte), além de complicações relacionadas a qualquer cirurgia (risco anestésico, risco de alergias a medicamentes, riscos de infecção, risco de complicações sistêmicas).

A embolização tem como vantagem o fato de ser menos invasiva, cirurgia é feita através de uma agulha colocada na virilha, não tendo corte. Neste sentido, temos um melhor resultado estético, menor tempo de internação hospitalar e menos daquelas complicações relacionadas a cirurgia aberta. Parece ótimo e realmente é, mas nem tudo são flores. Durante o procedimento o aneurisma pode romper, causando todos aqueles problemas de ruptura do aneurisma, apesar de ser raro, pode ser necessário inclusive a realização de uma cirurgia aberta de emergência para controle do sangramento. Outro problema é que existe uma chance de o aneurisma voltar (o nome correto é recanalizar), sendo necessários novos tratamentos.

Os outros dispositivos endovasculares também trazem problemas, além dos riscos já mencionados para essa modalidade de tratamento, o Stent Diversor de Fluxo pode fazer o paciente ter que tomar medicação para afinar o sangue para o resto da vida. Os dispositivos WEB podem se deslocar da posição correta ou não tratarem o aneurisma completamente.

 

Afinal doutor, qual o senhor indicaria para a sua mãe?

Essa pergunta é bem frequente, como um jeito de o paciente querer um norte, um caminho que não seja decisão plena dele, mas uma opinião pessoal do especialista. Eu sou cirurgião, amo o que eu faço, então eu adoro fazer a cirurgia aberta, sendo na minha opinião uma das cirurgias mais complexas e mais elegantes do ponto de vista técnico dentro da neurocirurgia. Entretanto, é inegável que a endovascular tem um pós-cirúrgico muito mais confortável para o paciente e que o resultado estético hoje em dia é bastante importante, então se a maioria dos aneurismas podem ser tratados muito bem com a técnica endovascular, acho que faz mais sentido usar mais esta técnica (menos invasiva e com resultados semelhantes).

Entretanto, existem certos tipos de aneurismas que não tem como utilizar essa técnica, ou mesmo que exijam a cirurgia aberta. Outros casos em que a técnica aberta tem mais vantagem (pacientes mais jovens, aneurismas de artéria cerebral media ou artéria comunicante posterior, aneurismas rotos). Existem casos ainda, que é necessário fazer cirurgia aberta depois de falha de tratamento com a embolização. Por último é necessário avaliar a disponibilidade (em geral a técnica endovascular é mais cara e realizada em poucos centros especializados)

Resumindo, as duas técnicas são igualmente eficientes, tendo vantagens e desvantagens, sendo o mais importante a conversa com um especialista no assunto, que possa discutir com o paciente o caso especifico e decidir em conjunto qual técnica utilizar. Não existe certo e errado, procure apenas encontrar um bom neurocirurgião, que tenha experiência tratando aneurisma cerebral e que consiga te orientar no melhor caminho a seguir.

OBS: Lembre-se de buscar profissionais bem qualificados, recomendados e bem avaliados, afinal estamos falando de uma doença com complicações graves, tanto relacionadas a ruptura quanto relacionadas ao tratamento. Se possível, vale a pena inclusive ouvir a opinião de mais de um especialista. O resultado do tratamento pode definir como vai ser o resto da sua vida.

 

Dr. Matheus Bannach – Neurocirurgião

CRM-GO 24081 RQE 18429

 

 

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Telefones: (62) 3230-2000 / (62) 3255-2336

 

Hospital São Silvestre

Av. das Nações, nº 616, Área 3, Vera Cruz, Aparecida de Goiânia, Go.

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Dr. Matheus Bannach

Dr. Matheus Bannach - Neurocirurgião Goiânia. CRM-GO 24081 / RQE 18429 Contatos: WhatsApp: (62) 99929-3147 / Telefones: (62) 3230-2000 / (62) 3255-2336 Atendimento: Hospital São Silvestre - Av. das Nações nº 616, Area 3, Vera Cruz, Aparecida de Goiânia, Go.

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