Por Gil Campos: Goiânia, 6 de novembro de 2024 – O Brasil planeja ampliar o uso de seus reservatórios hidrelétricos para além da geração de energia, utilizando-os para a produção de pescados. A proposta, que alia sustentabilidade e segurança alimentar, pretende gerar empregos e colocar mais proteína na mesa dos brasileiros ao aproveitar o potencial aquícola das barragens.
O projeto foi lançado nesta quarta-feira durante o workshop Desenvolvimento da Aquicultura em Sinergia com o Setor Elétrico, promovido em parceria pelos Ministérios de Minas e Energia e de Pesca e Aquicultura. A iniciativa tem como pilares a segurança energética, o aumento da produção de pescados e a geração de empregos, com previsão de utilização de 74 reservatórios para essas atividades, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Combate à Fome e Inclusão Social
“A produção de alimentos nos reservatórios das hidrelétricas representa uma transição energética justa e inclusiva, promovendo o combate à fome, um compromisso do Brasil nas discussões globais do G-20,” destacou Silveira na abertura do evento, que reúne representantes do setor elétrico e de aquicultura.
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, reforçou que a iniciativa está alinhada às prioridades do governo Lula, que incluem o combate à fome e a promoção de alimentos acessíveis. De acordo com o ministro, a aquicultura, especialmente a piscicultura com foco na tilápia brasileira, tem apresentado crescimento constante e é um setor estratégico para o país.
“A piscicultura, com destaque para a produção de tilápia, é uma área em plena expansão no Brasil, com grande potencial para colocar alimentos de qualidade na mesa das famílias,” ressaltou André de Paula, lembrando ainda o vasto potencial da costa brasileira para produção de pescados, com mais de 8 mil quilômetros de extensão.
Parceria e Principais Temas do Workshop
O acordo técnico entre os ministérios pretende viabilizar o uso dos reservatórios de maneira integrada, abordando temas como aquicultura em águas da União, licenciamento ambiental para atividades aquícolas e o uso de áreas de preservação permanente. O evento também explora a sinergia entre a operação das hidrelétricas e as atividades pesqueiras, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável.
Análise Crítica
A expansão da aquicultura em reservatórios hidrelétricos representa uma estratégia inovadora para o Brasil, que combina segurança alimentar e sustentabilidade. Ao explorar o potencial aquícola dos reservatórios, o país não só amplia a produção de alimentos e a geração de empregos, como também aproveita uma infraestrutura existente de forma eficiente. A integração entre os setores de energia e aquicultura coloca o Brasil em um caminho de desenvolvimento que prioriza tanto o crescimento econômico quanto a preservação ambiental, estabelecendo um modelo que pode ser referência para outras nações.