A saúde do homem costuma ganhar mais visibilidade quando o assunto é câncer de próstata. Mas existe uma outra condição muito frequente e que pode impactar diretamente a qualidade de vida: a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de metade dos homens acima de 50 anos apresentam algum grau dessa condição.
A HPB não é câncer. Trata-se do crescimento natural e benigno da próstata, uma glândula que participa do sistema reprodutor masculino e está localizada logo abaixo da bexiga, envolvendo o canal da uretra.
Com o avanço da idade, a próstata pode aumentar de tamanho, comprimindo a uretra e dificultando a passagem da urina. Isso gera sintomas incômodos e progressivos que, quando ignorados, podem levar a complicações.
Quais são os sintomas mais comuns da HPB?
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Jato urinário fraco ou com interrupções
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Urinar várias vezes durante o dia e à noite
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Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
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Urgência urinária e dificuldade para começar a urinar
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Desconforto ao urinar
Esses sintomas costumam evoluir lentamente e podem ser confundidos com o envelhecimento natural. Mas a verdade é que eles indicam que algo está errado.
Como é feito o diagnóstico?
A avaliação com o urologista é fundamental. O diagnóstico da HPB pode incluir:
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Toque retal: para verificar tamanho e consistência da próstata
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PSA (Antígeno Prostático Específico): exame de sangue para descartar câncer
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Ultrassonografia da próstata: feita por via abdominal ou transretal
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Urofluxometria: avalia o fluxo urinário
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Exames de sangue e urina: para checar função renal e infecções
Esses exames ajudam a entender o grau da HPB e definir o tratamento ideal para cada paciente.
Quais são os tratamentos disponíveis?
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Tratamento com medicamentos
É indicado para casos leves ou moderados. As opções mais usadas incluem:
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Alfabloqueadores: que relaxam os músculos da bexiga e da próstata
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Inibidores da 5-alfa-redutase: que reduzem gradualmente o tamanho da glândula
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Tratamento cirúrgico
É necessário quando os sintomas são mais intensos ou não melhoram com o uso de medicamentos. Os procedimentos mais utilizados são:
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HoLEP (laser de Holmium): técnica moderna, minimamente invasiva
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RTU (ressecção transuretral da próstata): cirurgia padrão, eficaz para volumes médios
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Rezum: nova tecnologia com vapor de água, menos agressiva
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Prostatectomia aberta ou robótica: indicada em próstatas muito grandes
Cada caso é avaliado individualmente, considerando sintomas, idade, volume prostático e estado de saúde geral.
Importante destacar: a HPB não é câncer, mas os sintomas podem ser semelhantes. Por isso, é indispensável procurar um urologista e realizar os exames adequados.
Quando buscar ajuda médica?
Homens com dificuldade para urinar, acordando várias vezes à noite, com urgência para ir ao banheiro ou jato fraco, devem procurar avaliação médica. O tratamento precoce previne complicações, como infecções, retenção urinária e prejuízo na função da bexiga.
Aos 50 anos ou mais, o acompanhamento com o urologista deve entrar na rotina de cuidados com a saúde. Isso ajuda a preservar a autonomia, a qualidade de vida e a tranquilidade para o futuro.
Dr. Marco Túlio Cruvinel Urologista
CRM-GO 8910 / RQE 5352
- Urologista em Goiânia;
- Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU);
- Membro Internacional da Associação Americana de Urologia (AUA);
- Pós-Graduação em Cirurgia Robótica em Urologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein.