O Banco do Brasil (BB) e a renomada empresa Giesecke+Devrient Currency Technology (G+D) estabeleceram uma parceria estratégica para explorar os pagamentos offline utilizando o Drex, a versão digital da moeda nacional desenvolvida pelo Banco Central.
Este avanço tecnológico, já experimentado em nações como Gana e Tailândia, agora será objeto de estudo no Brasil. O BB, em colaboração com a G+D, busca adaptar essa solução global à realidade brasileira, promovendo a praticidade e segurança dos pagamentos com moedas virtuais, mesmo em ambientes desconectados da internet.
A G+D é uma empresa líder mundial em soluções de segurança digital e tecnologia monetária, destacando-se também por seu envolvimento em projetos de moedas digitais de Bancos Centrais, incluindo o Drex. O Banco do Brasil, como participante oficial do projeto-piloto do Drex, está na vanguarda dessa iniciativa.
O acordo entre o BB e a G+D, fruto de intensas negociações, visa desenvolver soluções adaptadas ao contexto brasileiro, complementando as transações financeiras convencionais com novas possibilidades oferecidas pelo Drex offline. A proposta, apresentada no programa Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Challenge) do Banco Central, busca explorar a viabilidade de utilização da moeda digital criptografada em diversas transações do dia a dia, desde pequenas compras até pagamentos de serviços.
De acordo com o Banco do Brasil, os potenciais benefícios incluem a democratização do acesso financeiro, especialmente para aqueles com dificuldades de conexão à internet ou em áreas com infraestrutura precária. Pessoas sem acesso a contas bancárias poderão facilmente realizar transações seguras utilizando carteiras digitais em dispositivos simples, como pulseiras ou anéis, graças ao protocolo de segurança desenvolvido pela G+D.
Apesar dos avanços na inclusão bancária e da crescente popularidade do Pix, o uso do dinheiro em espécie ainda é significativo no Brasil, especialmente entre as classes menos favorecidas e em regiões com acesso limitado à internet. Segundo pesquisa da Tecban, cerca de 29% dos brasileiros preferem o dinheiro físico como forma de pagamento, número que aumenta para 32% nas classes C, D e E, e chega a 40% na Região Nordeste.
Entre os motivos que impulsionam essa preferência, destacam-se a falta de acesso a contas bancárias e as dificuldades de conexão à internet. Nesse contexto, uma solução que permita pagamentos offline, de maneira prática e segura, tem o potencial de se tornar uma alternativa viável ao dinheiro em espécie, ao mesmo tempo em que populariza o uso do Drex como meio de pagamento no país.