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Três em cada dez jovens brasileiros desejam ter o próprio negócio, aponta pesquisa

Estudo revela o crescente interesse dos jovens em empreender e destaca preocupações com corrupção, saúde mental e polarização política.

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Por Redação: Goiânia, 22 de dezembro de 2024 – O desejo de empreender é uma aspiração crescente entre os jovens brasileiros. De acordo com a pesquisa “O que Pensam os Jovens Brasileiros”, realizada pelo Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA, três em cada dez jovens entre 18 e 27 anos desejam abrir seu próprio negócio ou empresa.

Perfil dos jovens empreendedores

O estudo aponta que o interesse em empreender cresce com o nível de escolaridade. Jovens pretos (31%) e pardos (32%) lideram o desejo de ter o próprio negócio.

Apesar de 42% dos jovens estarem empregados com carteira assinada, muitos demonstram insatisfação com o modelo CLT. Para Pedro Arantes, pesquisador do Sou_Ciência, há um movimento claro em direção a formas de trabalho mais independentes:
“A carteira de trabalho não é objeto de desejo. Muitos jovens buscam autonomia como empresários ou trabalhadores autônomos.”

Outras aspirações reveladas incluem:

  • 18% desejam trabalhar no serviço público.
  • 18% querem viver de renda ou investimentos.
  • 12% desejam ser autônomos.
  • 11% preferem continuar como empregados com carteira assinada.
  • 8% declararam não querer trabalhar.

Preocupações e desafios

Quando questionados sobre os principais problemas do Brasil, a corrupção liderou as respostas, sendo citada por 34% dos jovens. O tema superou problemas como a violência e falta de segurança (30%), saúde (26%) e a crise ambiental e climática (24%).

A pesquisa revelou mudanças significativas em relação ao levantamento de 2021, quando a fome e a pobreza ocupavam o topo das preocupações. Para o pesquisador, o foco atual na corrupção reflete uma mudança de percepção política e social.

Além disso, temas como ansiedade e depressão foram apontados como os problemas pessoais mais recorrentes, afetando 38% dos entrevistados. Esse dado reforça a importância de discutir a saúde mental entre os jovens.

Polarização política e juventude

A pesquisa também revelou que:

  • 67% dos jovens se consideram neutros, sem identificação com direita ou esquerda.
  • Entre os identificados, 23% se declararam próximos ao pensamento de Jair Bolsonaro, enquanto 28% se aproximam de Luiz Inácio Lula da Silva.
  • 33% preferem não se alinhar a nenhuma das correntes políticas.

Apesar da aparente neutralidade, questões como casamento homoafetivo, escolas cívico-militares e cotas universitárias demonstram forte polarização entre os jovens alinhados à direita e à esquerda.

Ansiedade, depressão e saúde mental

A saúde mental é um tema central para os jovens, com 38% apontando ansiedade e depressão como os maiores desafios pessoais. Segundo Pedro Arantes, isso está relacionado a fatores como:

  • Pandemia e isolamento social.
  • Discursos de ódio e perseguição a minorias.
  • Pressões no trabalho e na vida acadêmica.

Outros problemas apontados incluem:

  • Consumo de drogas (28%).
  • Violência e criminalidade (25%).
  • Vício em redes sociais ou games (24%).

Análise crítica

O desejo de empreender entre os jovens reflete mudanças na dinâmica do mercado de trabalho, mas também aponta desafios como a insegurança no emprego formal e a busca por autonomia financeira. Ao mesmo tempo, os dados sobre saúde mental, polarização política e preocupações sociais mostram a necessidade de políticas públicas direcionadas à juventude.

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